A falta de boas atuações da seleção brasileira levantou dúvidas sobre a qualidade da safra de jogadores. Diante disso, o técnico Dorival Júnior saiu em defesa dos seus convocados. Em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (14), antes do jogo contra o Peru, em Brasília, pelas eliminatórias sul-americanas, o treinador falou sobre o processo de reformulação da seleção e defendeu jogadores questionados, como o zagueiro Marquinhos e o lateral-direito Danilo.
Defesa dos jogadores questionados
“Eu só acho que não podemos esquecer que são jogadores com 11 anos de Europa, jogando nos maiores clubes. Aqui (Brasil), temos essa dificuldade de entendermos as condições de um companheiro. O Danilo, para quem não conhece, é impressionante o que ele ajuda e tem contribuído com todos nós, em todos os sentidos. Ontem, ele teve uma longa conversa com o Vanderson, e a todo momento está se preocupando em ajudar e buscar correções que estamos precisando”, exaltou Dorival Júnior.
Processo de transição da seleção
Além disso, ele afirmou: “Todos sabem que é um time em formação. Na última partida, tínhamos apenas quatro jogadores que jogaram a última Copa. Não saímos com uma estrutura, não por culpa de ninguém. É que alguns jogadores encerraram o ciclo.”
Sobre Casemiro e outros veteranos
Embora ainda não tenha sido convocado por Dorival Júnior, Casemiro não está na lista de jogadores que encerraram o ciclo na seleção brasileira. Pelo menos é isso o que pensa o treinador.
“Você citou o Casemiro. Ele esteve sim próximo de convocação. Ele tem consciência desse momento; eu tive uma conversa com ele, e ele sabe o que penso a respeito, por isso ficou muito tranquilo”, revelou Dorival.
“Com todos, sempre tive um contato direto, preocupação de estar mostrando o porquê do sim ou do não, mas que não estão descartados. São jogadores importantes. Portanto, temos que ter responsabilidade e respeito por tudo o que fizeram pela seleção. A importância de um Marquinhos, Ederson, Alisson, Danilo, e outros mais, em um processo de transição, é fundamental. As pessoas não têm ideia da necessidade da formação, e a sustentação passa pela presença de alguns momentos importantes”, comentou.
Crítica à falta de reconhecimento
Dorival Júnior subiu o tom ao falar das críticas sobre a falta de craques na seleção. “Me lembro outro dia, lendo uma matéria, em que para alguns membros da imprensa, sobre o baixo nível da seleção, e de repente ele falou que não estava falando da seleção atual. A imagem foi aberta e tínhamos Zico, Sócrates, Falcão, Cerezo e Zé Sérgio. Assim, eram contestações a respeito da caída de nível da nossa seleção, que não tínhamos mais craques. Essa era a abordagem inicial. Passam anos e continuamos nas mesmas teclas”, apontou o treinador.
“O que eu quero é o crescimento do futebol brasileiro, e vamos alcançar. Contudo, pisamos no produto que vendemos. Essa é a realidade. Não é apenas com o futebol; fazemos isso com todos os produtos que o brasileiro possui. Portanto, tudo o que se destaca, pisamos. Estamos vendo o que está acontecendo no nosso país; é só a gente refletir um pouquinho. No futebol, não é diferente. Não é um desabafo; é apenas uma colocação daquilo que eu penso. Estamos em uma transição, buscando novamente os craques que se fortaleçam e possam estruturar a nossa seleção. É esse o trabalho no momento”, encerrou.
Na quarta colocação das eliminatórias, com 13 pontos, o Brasil entra em campo nesta terça-feira (15), contra o Peru, às 21h45 (de Brasília), no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, pela décima rodada.
ESPN Brasil